sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

AMOR BENDITO






Faça-se em mim o teu amor bendito
O mais bonito amor que conheci...
O tempo ingrato me afastou de ti...



Em minhas tentativas de revê-lo
Vinquei o rosto por rugas malditas
Perdi a cor bonita dos cabelos...

A voz mais embargada e pausada
E  minhas curvas quase nem se nota
Num sopro a poesia é declamada...

As rosas e as boninas já se abrem
A primavera meu amor declara
Voltou em mim a vida todos  sabem!

Dorothy de Castro

POEMA PROIBIDO

Eu posso sim
beber-te fascinada,
Tua saliva à me escorrer
na pele...
A tua  língua em sobe e desce
 desvairada...
Na minha flor
 tão úmida de amor...
Te molho em beijos
Mordendo a tua boca,
Louca de pedra
eu busco o teu olhar...
Que lambe e come
esses meus desejos...
Perdidos dias, meses
e anos,
Que vivi sem ti!...

Dorothy de Castro  


VERSOS DE NOITE

Já se fazia noite e ele me amava
Seus braços galhos verdes rijos, fortes
Mãos estiradas em minha direção...


Já se fazia noite e ele cantava
Doces boleros para que eu dormisse
Antes os beijos bons ele me dava...


Já se fazia noite e a própria noite
Vestia-se de mim amada ainda
Beijava os beijos dele em puro açoite...


Fêmea distante de rugosa fronte
Eu me pergunto se os cegados olhos
Me buscariam no lado de cá da ponte ?


Já se fazia noite...Já se fazia!


Dorothy de Castro 

ROSA SENSUAL



Repete o eco da tua voz amado
Querendo me beber a seiva doce
Teu grito chega a mim como se fosse
Inocular o beijo desejado...

Nas noites de nós dois o nosso cio
Ressoava pela casa silenciosa
Boca faminta pela minha rosa
Delicia de animal homem vadio!

Tão infiltrado agora estás em mim
Te  sinto amor a me roçar os seios
Cubro-te então em panos de cetim...

Morde-me a boca e entra no meu verso
E como um  deus transforma o universo
Nesse poema  escrito nos meus meios!


Dorothy de Castro...








FALO DE MIM






Desperto em ti , desejos
Sou tua musa, me usa em beijos
Me desfolha a flor...Sou teu amor!

Falo de mim,pois sim, sou tua lenda,
O teu conto de fadas ...Amor entenda
Embriagante, sou o teu licor!

Sou essa boca aberta que engole a tua
Sou essa lua esperta que fica nua
E invade a tua cama...Sou tua flor!

Dorothy de Castro.